Medianeira de todas as Graças
Do convite de Deus brota uma resposta
generosa e firme da jovem Maria: "Eu sou
a serva do Senhor; faça-se em mim tua palavra" (Lc 1, 38). "Acostumada a ruminar os fatos (Lc 2,
19-51), ela percebe e acolhe a Palavra, trazida pelo anjo Gabriel, a ponto de
encarná-la em seu seio, em sua própria vida (Lc 1, 26-38)"[1]
(Carlos Merters). Este sim foi assumido até a Cruz. E ela continua
exercendo sua missão como Mãe da Igreja, cooperando com Jesus Cristo em sua
obra redentora como nossa intercessora. O Documento de Puebla lembra que Maria
tem um coração tão grande que extrapola os limites da Igreja intercedendo por
todos os povos (nº 289). Ao longo da história, ela sempre se manifesta
acalentando e consolando seus filhos de várias nações, povos e línguas. E,
sobretudo, é "modelo de todos os
discípulos e evangelizadores por seu testemunho de oração, de escuta da Palavra
de Deus e de pronta e fiel disponibilidade ao serviço do Reino até a cruz" (Santo
Domingo, n° 15).
Em Paris no ano de 1830, ela aparece por três
vezes, de forma carinhosa e dedicada, à Noviça Catarina da Congregação das
Filhas da Caridade. A partir desta manifestação ela passou a ser reconhecida e
venerada como Nossa Senhora da Medalha Milagrosa ou Nossa Senhora das Graças.
Na aparição do dia 27 de novembro ela pede a
Catarina que mande cunhar uma medalha no modelo indicado por ela mesma. Esta
medalha recebeu o nome de Medalha Milagrosa, devido ao grande número de
milagres acontecidos a partir do seu uso. Existem muitas medalhas e ícones de
Nossa Senhora, mas na história cristã-mariana, esta é a única medalha que ela
mesma desejou que fosse cunhada e distribuída a seus filhos muito amados.
Usar a medalha de Nossa Senhora das Graças é
reconhecer em Maria a mulher que compreendeu o desejo de Deus, aceitou
assumi-lo em sua vida tornando-se verdadeira discípula e evangelizadora ao
colaborar com Cristo na redenção da humanidade e ao acompanhar os apóstolos e
discípulos da igreja nascente.
Manifestamos-lhe nossa devoção nas
peregrinações aos santuários de Urucânia(MG), Uberaba(MG), Monte Sião(MG),
Florânia (RN), Tijuca (RJ), Vila dos Cimbres(Pesqueira-PE), Paris(França) e em tantos
outros. Além de prestar-lhe louvores e admiração, ter devoção à Senhora das
Graças é espelhar-se em sua vida, em suas atitudes, em suas decisões, em sua
maneira de servir e acolher o próximo. Ser devoto de Maria é viver o seguimento
de Jesus em plenitude como ela mesma viveu por primeiro.
Veja o relato da aparição que deu origem à
devoção a Nossa Senhora das Graças:
"A
Santíssima Virgem, no dia 27 de novembro de 1830, aparece de novo, na
Capela, à Catarina Labouré. Dessa vez foi às 17h30, durante a oração das
Irmãs e das noviças, sobre o quadro de São José (hoje, o local onde se encontra
a Virgem do Globo). Antes, Catarina vê dois globos vivos, que passam, um após o
outro, e nos quais a Santíssima Virgem se mantém em pé, sobre a metade do globo
terrestre, seus pés esmagando a serpente.
No
primeiro quadro, a Virgem Maria traz nas mãos um pequeno globo, dourado, com
uma cruz superposta, que Ela eleva aos céus. Catarina ouve: `Este globo
representa o mundo inteiro, particularmente a França e todas as pessoas´
No
segundo, saem de suas mãos abertas raios de um brilho resplandecente. Catarina
ouve ao mesmo tempo uma voz que lhe diz: `Estes raios são o símbolo das
graças que Maria alcança para os homens´.
Depois,
em forma oval, forma-se a aparição e Catarina vê inscrita, em letras de ouro,
esta invocação: `Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós!´.
Então uma
voz se faz ouvir: `Fazei cunhar uma medalha sob este modelo.
As pessoas que a usarem, com confiança, receberão muitas graças´.
Finalmente,
ao redor, Catarina vê o reverso da Medalha: no alto, uma cruz, com a inicial do
nome de Maria superposta, e, em baixo, dois corações, um coroado de espinhos, e
outro, transpassado por uma lança." (http://www.chapellenotredamedelamedaillemiraculeuse.com)
Sendo devotas de Nossa Senhora das Graças,
celebramos com muita alegria a sua festa. Todas as nossas comunidades
religiosas se mobilizam para prestar-lhe os nossos mais sinceros louvores.
Herdamos e aprendemos esta devoção de nosso fundador, Pe. Bruno Konrad List,
que encontrou nela a mãe acolhedora, intercessora e providente à qual ele
consagrou o seu ministério missionário e o Instituto que fundou para a missão "Ó minha Mãe Celeste, Medianeira de
todas as Graças, hoje me consagro totalmente a Ti. Minha vida sacerdotal: Por
Maria tudo ao Salvador!". Foi nela que ele encontrou refúgio nos
momentos de dificuldades e sofrimentos. Era convicto de que se anunciamos Maria
tornamos Jesus conhecido, amado e seguido. "Semeia
Maria, Cristo florescerá"
[1]
MESTERS, Carlos. Vai! Eu estou contigo! Paulinas, 2010, pág. 141
Ir. Ediana de Souza Soares, mnsg