Mês da Bíblia 2017
Certamente
você já ouviu falar da Bíblia, e já teve contato com ela. Bíblia, não é uma
palavra que tem origem na língua
portuguesa. Ela vem da palavra grega: Bíblia, e significa "Livros".
De
fato, num único livro, temos uma coleção
de 73 livros. Eles foram inspirados por Deus. Ela nasceu da parceria entre Deus
que comunica, e o povo, que o descobre nos acontecimentos da vida, na história.
Para
nós, cristãos católicos setembro é um mês dedicado à Palavra de
Deus. Mais de 60 países também dedicam-se um dia a para comemorarem a
Palavra de Deus. Aqui no Brasil
celebramos no último Domingo de Setembro, numa referência ao trabalho do
tradutor "São Jerônimo", na vulgata, conhecida tradução da Bíblia para o latim.
Em alguns estados e em vários municípios o dia da Bíblia é data oficial.
Esta
comemoração iniciou-se em 1971. É na verdade para nós católicos, uma riqueza
enorme, pois neste mês temos várias motivações para nos aproximarmos da palavra
de Deus: Temos estudos, círculos bíblicos e outros.
Até
porque todos (as) buscam na palavra de Deus as forças necessárias para
evangelizarem e serem evangelizados (as).
O
objetivo principal deste mês é impulsionar, despertar e, fazer com que a
Palavra de Deus seja a animação e o fundamento, das nossas pastorais. Neste ano
celebramos 46 anos da conclusão do concílio vaticano II, e uma das riquezas que
ele nos deixou como herança foi a constituição Dogmática "Dei Verbum", que
colocou em nossas mãos a Bíblia que contem a Palavra de Deus e, convocou toda a
Igreja para a grande renovação mediante a leitura assídua da mesma.
Todos
os anos a Igreja prepara um material específico para este mês dedicado à
Palavra de Deus.
Mês
da Bíblia 2017 Estudo da 1ª Tessalonicenses
Anunciar o Evangelho e doar a própria vida! (cf. 1Ts 2,8).
Denilson Mariano
https://www.mobon.org.br/2015-1a-carta-aos-tessalonicenses
A Igreja do Brasil, mais uma vez nos convida a aprofundar o
nosso conhecimento e nossa vivência da Palavrade Deus. A proposta deste ano,
mais uma vez, está em sintonia com a Conferencia de Aparecida. Ela retoma a segunda
parte de seu lema: ``Para que nEle nossos povos tenham vida``. Somos
convidados refletir juntos sobre a primeira Carta aos Tessalonicenses. Em 2016
refletimos Miqueias com um destaque para a vida em família. Agora, o destaque
será para a vida de comunidade. Paulo deu o melhor de si para anunciar a Boa
Nova de Jesus, por isso, o lema que vai animar o nosso estudo é "anunciar o
Evangelho e doar a própria vida! (cf.1Ts 2,8). Somos motivados a dar o melhor
de nos mesmos para o serviço do anúncio do Evangelho e para o crescimento do
Reino de Deus.
Nosso
anseio é que este estudo, motivado pelo Mês da Bíblia deste ano, fortaleça
nossa fé, anime nossas comunidades, ilumine a presença dos leigos(as) como verdadeiros
sujeitos eclesiais e abram pistas para o serviço de evangelização, sobretudo
diante dos novos desafios da cidade. Que possamos ´´Anunciar o Evangelho e doar
a própria vida`` (cf. 1 Ts 2,8), ``Para que n´Ele nossos povos tenham vida``.
A Palavra chega à Tessalônica
A Tessalônica era uma importante cidade da região da Macedônia,
muito bem localizada à beira mar. Ela também era atravessada pela via Egnatia,
uma estrada que ligava Roma, a capital, aos principais pontos do Império, com
um contínuo ir e vir de produtos e de pessoas. Lucas, que é discípulo de Paulo,
nos oferece uma breve apresentação do caminho feito pela Palavra na Tessalônica
(At 17,1-9). Ele mostra o passo a passo desse anúncio da Boa Nova de Jesus.
Conforme seu costume habitual, ao chegar à Tessalônica, Paulo
dirigiu-se primeiramente ao povo judeu. Na sinagoga, pregou por três sábados,
argumentando que ``O Cristo é Jesus, que vos anuncio`` (At 17,3; 1Ts 2,14-15).
Algumas pessoas aderiram à pregação: judeus, gregos e um considerável grupo de
mulheres (At 17,4).
Diante desse pequeno sucesso na sinagoga dos judeus, Paulo se
dirigiu em seguida aos gentios e passou a reunir-se na casa de Jasão.
Possivelmente, quando Paulo propõe formar uma comunidade, a população o
entendeu como um convite a reativar algo próprio da época que era a
``assembleia popular``, visto que a palavra ekklesia [igreja] significava tanto
assembleia política, quanto igreja em sentido religioso. Por esse motivo, os
judeus reagem contra a pregação de Paulo e o conflito se agrava. Eles queriam
prendê-los e entregá-los ao Senado da cidade (At 17,5-8). O conflito foi tão
acirrado, que tiveram que fugir durante a noite, até Bereia, e depois para
Atenas. O processo evangelizador durou aproximadamente dois meses. De Atenas,
apreensivo, Paulo ``não resistiu mais`` (1 Ts 3,1), ficou aí sozinho e enviou
Timóteo a Tessalônica. Este traz boas notícias da caminhada de fé da
comunidade.
A Palavra se espalhou
Tessalonicenses é uma comunidade formada em meio à luta,
perseguição, trabalho árduo, batalha incessante. Um foco de perseguições é
descrito como proveniente das autoridades judaicas, poderosas, na época: ``Estes
mataram o Senhor Jesus, como mataram os profetas e como também perseguiram a
nós; não procuram agradar a Deus e são inimigos de todos`` (2,10).
A leitura da Carta nos desafia a cultivar uma espiritualidade no
conflito. A defesa da vida nos coloca na contramão dos que tiram proveito da
corrupção, da violência e da morte. Anunciar o Evangelho e defender a vida são
os dois lados de uma mesma moeda. A realidade desse anúncio incomoda, o
discípulo missionário deve estar disposto a doar a própria vida (2,8). Foi
assim com Jesus e com os profetas, bem como com os cristãos de Tessalônica (1
Ts 2,15-16). Será assim, com mais razão, nos tempos de hoje quer no campo ou na
cidade, Mas Deus não abandona os seus missionários. Deus os fortalece e está
junto em sua luta.
Permanecer firme no Senhor -
Paulo não específica quais são os motivos que o impedem de
visitar a comunidade, mas os atribui ao ``Tentador``, o mesmo Satanás que já
havia impedido que ele retornasse à comunidade (2,18, cf. 1Cor 7,5). O receio
de Paulo é que Satanás torne infrutífera a proclamação do Evangelho e
enfraqueça a fé dos tessalonicenses. É difícil crer que este ``Tentador`` seja
um ser sobrenatural. É possível que Paulo evite dar o nome verdadeiro. E então
devemos pensar novamente no império romano e seu sistema repressor. Este sim
teria o poder de prender Paulo e impedi-lo de visitar a comunidade. O
``Tentador`` seria este sistema do império e suas ramificações bem
estruturadas, que vai contra a mensagem do Evangelho.
Por causa da compreensão de que Cristo logo voltaria, alguns
membros da comunidade deixaram de trabalhar e se acomodaram pois, muitos
colocavam em comum o que possuíam. Essa atitude era ainda reforçada pelo
pensamento dominante na época em que a honra consistia em não trabalhar. Paulo
indica outra via: ``Que vos empenheis em viver tranquilos, ocupando-vos dos
vossos próprios negócios e trabalhando com as próprias mãos, como vos
ordenamos``(4,11). E prossegue na mesma tecla da honradez: ``Assim, estareis
levando uma vida digna aos olhos dos que não são da comunidade, e não tereis
necessidade de ninguém`` (4,12).
Andar como filhos da luz
É preciso caminhar na luz: a distinção entre filhos das trevas e
filhos da luz ocorre na conversão inicial e a vida do cristão segue o caminho
da luz, assume novo modo de vida em Cristo como filhos da luz. Devem estar
sempre prontos, sóbrios, vigilantes como as dez virgens do Evangelho com
lâmpadas acesas a espera do noivo. Os filhos das trevas estão adormecidos, isto
é embriagados, e não percebem que o Senhor está perto.
Para andar na luz é preciso vigilância: ``Não dormir``,
``vigiar``, ``ser sóbrios`` (v.6). A exortação à sobriedade é própria dos
filhos da luz. Vem repetida em 1Ts 5,8 com o acréscimo da vivência das virtudes
da fé, do amor e da esperança. A vigilância dá identidade à vida cristã.
Significa que os cristãos ``filhos do
dia``, caminham sob a luz de Cristo, com um novo projeto de vida.
O final da 1ª e da 2ª Carta aos Tessalonicenses fazem um apelo à
oração e ação de graças: ``A oração é a respiração da alma``! Como a comunidade
poderia resistir na fé, recobrar o ânimo em meio aos sofrimentos? Certamente
com a ajuda de orações contínuas. ``Orai continuamente`` (1Ts 5,17). Os
missionários dão graças a Deus e sempre se lembram da comunidade nas orações
(1Ts 1,2). No fim da carta pedem que orem continuamente (1Ts 5,17). É um
reconhecimento que o anúncio da Palavra em meio a sofrimentos e tribulações
produziu fruto, pela graça de Deus.
Vale a pena dedicar um pouco de tempo na leitura desta carta que
é o primeiro texto do Novo Testamento. Motive o Mês da Bíblia em sua
comunidade, este é um caminho importante para a animação bíblica de toda a
nossa pastoral. Que a Palavra de Deus que é ``alma da teologia``, seja também a
alma de toda a nossa atividade pastoral. (Denilson Mariano)
Boa leitura... Boa
reflexão...
Irmã Áurea das Dores Raposo - mnsg