Solenidade da Epifania do Senhor
Irmã Vania Daniele, mnsg
PREPARAR-SE: Faço
silêncio interior e exterior. Respiro lentamente, suavemente. Tomo consciência de
que estou na presença de Deus. Faço com devoção o sinal da cruz.
Espírito
Santo vem! Difunde um raio da tua luz. E esclarece a minha mente. Torna-me
santo na tua santidade. Livra-me do mal e orienta ao bem, meus pensamentos,
palavras e ações. Enche com tua riqueza a minha pobreza, os meus olhos com tua
beleza, para que me ocupe somente dos bens dos céus. Doa-me a paz que não
encontro se a procuro longe de ti. Faze com que eu te deseje presença suave que
faz esquecer todo cansaço. Culmina-me da tua graça para que eu viva da tua
vida. Grava em mim a tua palavra. Conhecendo-a, a ame e amando-a, a viva. Sem
ti nada em mim é bom. Orienta o meu coração ao bem. E culmina-me com teus
santos dons Espírito de Verdade e Santidade. Ensina-me a viver da tua graça. Peço-te
isso como único bem que posso apreciar e procurar. Amém!
LEITURA
O que
o texto diz?
1Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente
chegaram a Jerusalém, 2 perguntando: 'Onde está o
rei dos judeus, que acaba de nascer?
Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.' 3 Ao saber disso, o rei Herodes ficou
perturbado assim como toda a cidade de Jerusalém. 4 Reunindo todos os sumos sacerdotes e os
mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias
deveria nascer. 5Eles responderam: 'Em Belém, na Judéia, pois
assim foi escrito pelo profeta: 6 E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti
sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo.' 7 Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha
aparecido. 8 Depois os enviou a Belém, dizendo: 'Ide e
procurai obter informações exatas sobre o menino. E,
quando o encontrardes, avisai-me,
para que também eu vá adorá-lo.' 9Depois que ouviram o rei, eles partiram.
E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles,
até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10 Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma
alegria muito grande. 11Quando entraram na casa, viram o
menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois
abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.
Palavra da Salvação.
MEDITAÇÃO:
Leio o texto devagar, saboreando as
palavras que mais me "tocam". Converso com Deus como um amigo: falo,
escuto, peço, louvo, pergunto, silêncio, seguindo os sentimentos experimentados
na oração.
O que o texto diz para mim?
Celebramos
neste domingo a solenidade da Epifania do Senhor, dando continuidade, ainda, ao
tempo do Natal. A palavra epifania significa: manifestar, aparecer, resplender. Nesta
solenidade celebramos, então, a manifestação de Deus em Jesus como luz, guia e
Senhor de todo o universo, incluindo todos os povos e culturas. O texto
apresenta um mundo com sua pluralidade de raças e culturas, representado pelos
magos do Oriente, que manifesta sua adesão e aceitação do senhorio de Jesus,
indo ao seu encontro. Assim, podemos dizer que em sua manifestação, o Senhor
aparece quase escondido na simplicidade de um menino recém-nascido com sua mãe,
mas se revela abertamente a todos aqueles que o buscam de coração sincero.
O
objetivo dos magos é adorar o rei dos judeus (v. 2). Tinham empreendido um
longo caminho, inclusive errando a rota, pois foram primeiro a Jerusalém, mas
lá não o encontraram, devido a estrutura rígida e decadente da religião
oficial. Somente deslocando-se para a periferia puderam, de fato, experimentar
o Deus que tanto buscavam. Aqui, está o ápice do contraste que o evangelista
quer apresentar: o templo perdeu seu sentido, Deus não habita mais nele; é
necessário retirar-se para a periferia, inserir-se na comunidade e, assim,
adorar e experimentar a beleza desse Deus que quer apenas misericórdia e amor,
e não mais sacrifícios.
Quando
perceberam que encontraram aquele que tanto buscavam, "ajoelharam-se diante
dele e o adoraram" (v. 11). Essa atitude mostra que, finalmente, se saciaram,
encontraram sentido para suas vidas e, portanto, esvaziaram-se de si,
oferecendo o que haviam de precioso. A adoração verdadeira, ou seja, o
autêntico culto, é aquele feito em "espírito e em verdade" (cf. J 4,24).
Os presentes oferecidos pelos magos, são
simbólicos e revelam, por um lado a identidade de Jesus e, por outro, a nova
relação entre a humanidade e Deus. O ouro,
revela que Jesus é rei enquanto o recebe, mas ao mesmo tempo diz que todas as
nações podem participar do seu reino, enquanto foi oferecido por pagãos, pois a
pertença ao Reino de Deus não é determinada por raça ou cultura, mas pela
sinceridade de coração. O incenso
representa a divindade de Jesus, ou seja, é o reconhecimento de que Ele é Deus.
A mirra é, antes de tudo, o sinal da
humanidade de Jesus, uma vez que era um perfume usado pelos judeus para
embalsamar os cadáveres, como acontecera com o corpo do próprio Jesus, quando
morreu; porém, no Cântico dos Cânticos, em diversas passagens, a mirra é citada
como o perfume da esposa amada, isto é, toda humanidade. O texto termina com uma afirmação de muita relevância para a
comunidade cristã e para todas as pessoas de todos os tempos e lugares: os
magos retornaram seguindo outro caminho (v. 12). Para viver essa nova relação
com Deus, é necessário desviar-se de tudo que quer matar a presença de Deus em
nós. Quem faz uma experiência autêntica com Deus, de fato, segue outro caminho.
Concluindo,
podemos deixar como reflexão permanente: já quase concluindo o tempo do Natal,
quais os caminhos que iremos percorrer de agora em diante? Se serão os caminhos
de sempre, ou seja, se continuarmos com as mesmas maneiras de pensar e
compreender as coisas, principalmente a nossa relação com Deus e o próximo,
Jesus não nasceu em nós... e, se não nasceu, não poderemos manifestá-lo ao
próximo!
ORAÇÃO: Falo
com Deus à partir da Palavra meditada. O que o texto Bíblico me leva a falar
com Deus? Faço uma prece de louvor, agradecimento, reconhecimento ou pedido de
perdão.
REVISAR:
Recordo o meu encontro com Deus. Anoto o que foi mais importante na oração: o
texto mais significativo (palavras, frases e imagens); os pensamentos
predominantes; os sentimentos de consolação ou desolação; se houve apelos e
como me senti diante deles.
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